I like cats, and I don’t like people who don’t. – Rufus Excalibur Ffolkes
Estou falando de ingleses bebuns e apreciadores de gatos, estou falando de Anthony Perkins sendo tão perigoso quanto Alan Rickman (tá bom, ninguém é tão perigoso quanto o Rickman) e Roger Moore tão engraçado quanto Bruce Willis. Estou falando do precursor de Die Hard, de John McClane, de Hans Gruber!!!
O plot segue basicamente o mesmo de Duro de Matar, só com o porém do sequestro se passar numa plataforma de petróleo e não num edifício lotado de yuppies, Roger Moore também não ama ninguém alí, muito pelo contrário, odeia todo mundo, especialmente as mulheres (vindo de um Bond é bem nonsense), com exceção de uma que ele diz parecer um “garoto” (sei), de resto o filme segue clima e atuações basicamente da mesma linha de Die Hard, especialmente devido aos méritos de Anthony Perkins e seu frio, racional e cruel psicopata a bordo.
Muito melhor para Roger Moore e principalmente para nós se ele tivesse dedicado sua carreira numa série de filmes cuja personagem central seguisse as peripécias de Ffolkes do que ter insistido como James Bond, não só todos preferem Sean Connery naquele papel, como o próprio Rufus Excalibur é uma personagem muito mais interessante: é anti-social, misógino, excêntrico, alcóolatra, prefere a companhia de gatos do que de qualquer ser humano e é genial naquilo que escolheu como profissão.
É lógico que adorei o fato de Rufus bordar para evitar que as pessoas conversem com ele, eu mesma faço isso, só que com livros, nunca fui e nunca serei de muita conversa, se tenho pouca simpatia por conversas que valham a pena, imagine então sobre trivialidades, em hipótese alguma saio de casa sem um livro a tira colo, fico tão protegida quanto se estivesse portando uma pistola (tá bom, minha habitual cara de psicopata ajuda), aprendi tudo isso com o tio Proust e se alguém estiver sem tempo de encarar o inominável proustiano, calha conhecer o tio Ffolks, na medida do possível ele é tão sábio quanto.
Nota: Se algum dia por um descuido cerebral eu tiver um filho, certamente seu nome será Rufus Excalibur, em todos esses anos de literatura, de cinema e de vida, nunca ouvi um nome mais genial. De qualquer modo o próximo gato que se dispuser a morar comigo deverá atender por tal nome com uma adição de Sir, é claro.