Prisioneiro de Zenda (The Prisoner of Zenda, 1922)

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Ramon Samaniegos, oops, Novarro e Barbara La Marr

Não é que aquele filho da mãe do Rex Ingram me aprontou de novo? Quando eu assisto um drama romântico mudo da década de 20 o mínimo que espero é um “Happy End” (decore o termo com florzinhas e pássaros cantantes à luz do sol primaveril) e seria de bom tom que Ingram me satisfizesse, mas não, ele não o faz!
Mas falando sério, Rex Ingram é um dos mais competentes diretores americanos do cinema mudo, dirigiu obras primas como Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (um desses com final também deveras melancólico e responsável por elevar Rodolfo Valentino à condição de astro) e Ben-Hur (co-dirigido com Fred Niblo e superior ao remake de William Wyler), outras grandes obras, porém inferiores, como Scaramouche e The Conquering Power (Baseado em Eugênia Grandet de Balzac e só a lembrança daquele monstro de dinheiro me dá calafrios), mas infelizmente a sua versão de O Prisioneiro de Zenda está aquém de seus outros filmes e te faz pensar no fato de quem rouba a cena é um juvenil coadjuvante chamado Ramon Novarro que ainda era creditado como Ramon Samaniegos. Novarro é um vilão, mas um vilão cômico que praticamente conversa com a câmera no melhor “estilo Ferris Buller” fazendo altas caras vilanescas que põe à prova o seu inegável carisma e faz com que o resto do filme deixe de ser importante.
Foi Rex Ingram quem descobriu Novarro, embora ele já tivesse trabalhado como figurante em vários filmes, foi quando se conheceram nas filmagens de Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (Novarro ainda era mero extra) que uma bem sucedida parceria teve início e colocou fim à parceria de Ingram com Valentino, o que é irônico pois existe uma semelhança física e de carisma inegável entre Novarro e Valentino (embora Valentino tenha um sex appeal inigualável). Um morreu jovem e no auge e o outro decadente e assassinado, qual fim é melhor?

Publicado por Adriana Scarpin

Bibliófila, ailurófila, cinéfila e anarcafeminista. Really. Podem me encontrar também aqui: https://linktr.ee/adrianascarpin

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