Esqueça Jodie Foster de Bugsy Malone e Taxi Driver, Shirley Temple interpretava prostitutas já aos 3 anos de idade, fato que muito me aborrece pois ninguém deveria ir para o trottoir ou ser usuário de drogas antes dos 8 anos. Toda essa exploração templeana dos estúdios rendeu uma bela discussão com o escritor Graham Greeene nos anos subsequentes, Greene gritava para quem quisesse ouvir que aquilo era uma ode à pedofilia e que a alegria dos executivos dos estúdios era ter a pequena Shirley em seus colos. É, esse bafafá já existia na mídia daqueles tempos, inclusive Greene foi um dos primeiros críticos à exploração da sexualidade infantil. Naqueles idos o público médio por pura ingenuidade achava tudo muito engraçadinho, mas como hoje o público médio já nasce com PhD em putaria (maldita decadência da civilização), tais curtas tornaram-se bem bizarros aos nossos olhos.
De todos os Baby Burlesks que pude ver, dois são realmente interessantes nesse sentido:
War Babies (1932): Uma indecência. Espécie de versão mirim d’O Preço da Glória de 1926, todo mundo semi-nu enchendo a cara de leite e quem tem o pirulito maior ganha a garota. Pontos altos: o bebê mamando nas luvas e o go-go boy em cima da mesa divertindo os outros guris. Eu realmente gostei do go-go boy, meio inacreditável.
Polly Tix in Washington (1933): Corrupção política através de bolos e prostitutas mirins. Nada diferente do usual e praticamente um Capra pre-code com crianças, Shirley Temple é uma call-girl no sentido mais amplo do termo. A cara de perva da Temple enquanto o guri come o bolo é demais.
Nota: Muitos desses guris viriam a se tornar membros do Our Gang/The Little Rascals nos curtas de Hal Roach, conhecidos por aqui como Batutinhas.
Olá, descobri seu blog recentemente e gostei muito mesmo. Muito bom. Você autorizaria a colocar esse post sobre a Shirley em meu blog? Claro que com os links.
parabéns pelo trabalho.
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