Centenário de Joseph L. Mankiewicz

Joseph L. Mankiewicz, Ava Gardner - The Barefoot Contessa (1954)
Mankiewicz a ensinar Ava Gardner como é que se faz em A Condessa Descalça (The Barefoot Contessa, 1954), filme este veladamente inspirado na vida de Rita Hayworth.

Top 5 do homem:

1- Trama Diabólica/Jogo Mortal (Sleuth, 1972)Laurence Olivier, Michael Caine - SLEUTH (1972)Laurence Olivier e Michael Caine num duelo até a morte? Aqui Mankiewicz levou ao topo sua obsessão com o tema de duelo de egos que perpassou toda a sua carreira, nada mais adequado do que transitar a vida real para o cinema quando Sir Olivier era o grande astro da atuação inglesa e Sir Caine era a ameaça para roubar-lhe o trono.

2- A Malvada (All About Eve, 1950)ANNE BAXTER & BETTE DAVIS - All About Eve (1950)Outrora seu irmão Herman ajudara a debicar o casal Hearst/Davies em Cidadão Kane, agora era vez de Joseph mexer com certos egos Hollywoodianos, mas especificamente o casal Tallulah Bankhead e Lizabeth Scott. A inspiração é tão descarada que até o figurino de Miss Davis chega a ser cópia exata de roupas que Bankhead outrora usara, sem mencionar o cabelo, a maquiagem, o modo de falar e até o jeito de segurar o cigarro, enquanto Anne Baxter se esbalda no jeito aparentemente doce de Miss Scott. Mas estamos em 1950 e o código ainda era vigente em Hollywood, portanto os resquícios de homossexualismo só ficam à mercê dos mais atentos.

3- Eles e Elas (Guys and Dolls, 1955)MARLON BRANDO, JEAN SIMMONS, FRANK SINATRA & VIVIAN BLANE (Guys and Dolls)Alguém que não canta nem dança tem que ter muito culhão para aceitar fazer um musical ao lado de Frank Sinatra. Marlon Brando teve. É quase como se Mankiewicz quisesse nos mostrar se Brando estava mesmo apto a ser o astro do momento, dois anos antes já o obrigara a encarar Shakespeare ao lado de James Mason e Sir John Gielgud em Julio Cesar, agora o colocara a cantar ao lado de Sinatra. Ao contrário do que possa aparentar, Mankiewicz não queriar derrubar Brando com tais desafios, mesmo porque feio não fez em nenhum deles e só ajudou a firmá-lo como o maior astro de todos os tempos.

4- De Repente, no Último Verão (Suddenly, Last Summer, 1959)Suddenly, Last Summer (1959) - ELIZABETH TAYLORNos anos 50 Hollywood estava obcecada por Tennessee Williams, o que lhes fez muito bem como transição para a saída completa do agonizante Código Hays. Gore Vidal ficou com o roteiro, este que sempre fora perito em destrinchar roteiros sobre homossexualismo velado, aqui se esbaldou por ser muito mais às claras do que todos estavam acostumados. Ó meu deus, comeram o Sebastian! Tolinhos.

5- Ninho de Cobras (There Was a Crooked Man… 1970) There Was a Crooked Man... (1970) KIRK DOUGLAS & HENRY FONDAHenry Fonda! Warren Oates! Kirk Douglas! Burgess Meredith! Hume Cronyn! Michael Blodgett pelado! É Mankiewicz juntando todo esse povo bom num western/men in prison para falar sobre onde começa e termina a moralidade do ser humano, quanto a aplicabilidade de circunstâncias e a área limítrofe onde se coloca em xeque toda a sua forma de pensar até então. Ah, é deveras divertido também.

Publicado por Adriana Scarpin

Bibliófila, ailurófila, cinéfila e anarcafeminista. Really. Podem me encontrar também aqui: https://linktr.ee/adrianascarpin

Um comentário em “Centenário de Joseph L. Mankiewicz

  1. I got to interview Robert Benton and David Newman, the screenwriters for “There was a Crooked Man”. The film came from their love of both prison movies and westerns. A line used in their film, “Bad Company” was said to be a quote from Joe Mankiewicz where he called himself the oldest whore on the block.

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