1- A Menina e o Porquinho (Charlotte’s Web, Charles A. Nichols/Iwao Takamoto)A Menina e o Porquinho foi a animação seminal da minha infância, coloca para correr qualquer filme dessa lista. O Wilbur chuta até a bunda do Warren Oates se ele der mole.
2- Irmãs Diabólicas (Sisters, Brian De Palma) 73 foi um ano de transição para o De Palma, passando a dar vazão à sua obsessão com temas hitchcockianos em Sisters, muito provavelmente influenciado pelo o que estava rolando na Europa em termos de cinema de horror. Não me lembro qual De Palma foi o meu primeiro, se Sisters ou Dublê de Corpo, mas Sisters causou-me imensa impressão na época e me causa ainda hoje.
3- Inverno de Sangue em Veneza (Don’t Look Now, Nicolas Roeg)O que acontece com os anões psicopatas dos anos 70? Já não basta ter crescido com medo de anão por conta de um com cara de psicótico da minha terra natal? Anos depois o Cronenberg faria uma bela homenagem a Inverno de Sangue com o seu The Brood, nos ensinando a importante lição de não criar anões de frustração no sótão. Malditos monstrinhos de nós mesmos.
4- A Comilança (La Grande bouffe, Marco Ferreri)Vamos deixar que o princípio do prazer domine a razão, vamos todos matar, trepar, comer e beber até morrer! Seremos hipócritas até o fim dizendo ser o homem um animal racional. Aêêê!
5- Coffy (Jack Hill) Esqueça Richard Roundtree, Jim Brown, Fred Williamson e Rudy Ray Moore, o maior badass do blaxploitation foi Pam Grier, ela chuta a bunda deles e a sua também. Aquele cafetão é o mais bem vestido de sempre, quando crescer quero ser Robert DoQui. Tá bom, o Willie Dynamite é quase tão bem vestido quanto.
6- Amor e Anarquia (Film d’amore e d’anarchia, ovvero ‘stamattina alle 10 in via dei Fiori nella nota casa di tolleranza…’, Lina Wertmüller)É fato: Lina Wertmüller é a maior diretora do cinema. Sendo nascida num país machista como a Itália isso ganha contornos ainda mais dramáticos, seguindo uma profissão que, querendo ou não, era e ainda é predominantemente misógina tal afirmação vai às raias do dantesco. Nos anos 70 Lina marcava uma obra prima ao ano, coisa que nem o Woody Allen dos bons tempos conseguia fazer, sempre usando Giancarlo Giannini para se vingar dos macho-chos italianos (e a gente agradece!) com seus personagens predominantemente ridículos, aliás, todos os personagens de Lina, salvo raras exceções, eram ridículos independentes de sexo, credo ou posição política e social, ela não poupava ninguém. Amor e Anarquia evidentemente segue nesse seu hall de obras primas.
7- Female Prisoner Scorpion: Beast Stable/#701’s Grudge Song (Joshuu sasori: Kemono-beya/701-gô urami-bushi, Shunya Ito/Yasuharu Hasebe) Estes dois últimos filmes da série Sasori tendo Meiko Kaji como protagonista estão aquém da excelência dos dois primeiros, especialmente o Grudge Song, único não-dirigido por Ito com Kaji no papel título, mas algumas coisas são dificilmente ignoradas, tal como a intro de Beast Stable com Sasori correndo algemada a um braço amputado ao som de sua música-tema ou o belo e doloroso momento de sua vingança final em Grudge Song.
8- Revolver (Sergio Sollima)Um dos mais notáveis poliziescos setentistas. Mais notável ainda é ter certeza de que Ollie poderia ser tudo, de bruto do oeste americano à policial italiano, nada impedia a excelência de Oliver Reed. Também fica evidente o fato de Fabio Testi ser tudo na vida de uma mulher.
9- O Magnífico (Le Magnifique, Philippe de Broca)Tudo que é necessário para imaginar se o James Bond fosse francês e interpretado por Belmondo está aqui. Puta que pariu o Belmondo nesse filme. PUTA QUE PARIU. É tudo que tenho a dizer.
10- Interlúdio de Amor (Breezy, Clint Eastwood)Embora o primeiro filme de Clint (Perversa Paixão) goze de definitivo prestígio e eu o admire em diversos pontos, é nesse Breezy que o homem realmente mostra a que veio. Ele traz William Holden e Kay Lenz num relacionamento sincero de uma adolescente com um homem evidentemente mais velho, Clint mostra um filme tão maduro e com personagens tão interessantes que me assusta o fato desse trabalho não ser tão famoso quanto deveria. Calha que no mesmo ano Clint também fez outro de seus trabalhos máximos: High Plains Drifter.
11- O Diabo na Carne de Miss Jones (The Devil in Miss Jones, Gerard Damiano)Isso não é só uma homenagem ao Jerry Damiano que morreu há pouco tempo, esse é um dos melhores pornôs da história. Para quem duvida da importância de Damiano tanto para a história do cinema quanto para a história política dos EUA, recomendo o documentário Inside Deep Throat de 2005.
12- Dillinger (John Milius)É Warren Oates como Dillinger, precisa mais? Quero ver se Johnny Depp terá culhão suficiente para encarar um papel que já passou por Warren Oates e Lawrence Tierney, mas tá com Michael Mann está deveras bem acompanhado. Acho que deveria proibir filmes com o Warren Oates por aqui e tascar logo um especial dele.
13- Os Três/Quatro Mosqueteiros (The Three/Four Musketeers, Richard Lester)You will find, young man, that the future looks rosiest through the bottom of a glass. (palavras de Ollie, é claro). Versão definitiva da obra de Dumas Pai, dividida em dois filmes que bem parecem ser apenas um, é a boa e divertida aventura de sempre sem CGI e outras coisas broxantes, há Oliver Reed, Christopher Lee, Raquel Welch, Richard Chamberlain, Michael York, Frank Finlay, Geraldine Chaplin, Jean-Pierre Cassel, Spike Milligan, Georges Wilson, Faye Dunaway, Charlton Heston, Joss Ackland, Sybil Danning e sabe deus quem mais! O único porém é que Raquel Welch não combina com todo aquele pano em volta dela.
Real Melhor Filme do Ano: Amarcord, Holy Mountain, Pat Garrett & Billy The Kid, A Noite Americana, Cenas de um Casamento.Mas como já disse, quando houver dúvida coloca o Peckinpah para desempatar que ele coloca todo mundo para correr. Mentira! Ninguém ganha de Cenas de um Casamento do Bergman.
eu sou mais o amacord, pat garret tb é ótimo. ainda não vi esse do bergman, mas tudo que vi me apaixonei. vi summer with monika esses dias atrás.
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Cenas de um Casamento é um monumento.
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Sister e Blow Out são provavelmente os melhores do De Palma. Essa tela dividida aí é a primeira do filme, não?
Inverno de Sangue é foda. É esse que tem a cena de sexo do Sutherland com a Julie Christie? Se não me engano, nem tava no roteiro!
A Comilança sempre falam bem, preciso ver.
E achei que fosse a Alessandra Negrini no filme italiano ali (junto com o sósia do Van Gogh).
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E claro, Pat Garrett é genial. ELEGANT FILMMAKING, como dizem os senhores babando o ovo do Peckinpah nos comentários do DVD.
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Acho o Pat Garrett o filme mais bonito do Peckinpah, embora não seja o meu favorito certamente está numa posição respeitável.
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tem tanto filme interessante aí.
e tanto filme que ainda não vi. ai ai ai
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Esse tres mosqueteiros é fantastico! escrevi sobre ele em meu blog ;)
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