Estou enojado com a humanidade e a vontade humana, inclusive a minha. Compreendo que minha vontade, por mais inteligente que eu seja, não passa de mais uma irritação na face da terra, quando começo a exercê-la. E a vontade dos outros é ainda pior, cada ser humano exercendo constantemente a sua vontade contra as outras pessoas, contra si mesmo e quase sempre cheio de auto-justificativa. Durante algum tempo é divertido exercer a própria vontade e resistir à dos outros que pretendem impô-la a mim. Mas, a certa altura, a náusea me domina. Minha própria alma fica nauseada e diante de mim só existe a morte, a menos que eu descubra outra coisa. Minha própria vontade acaba tornando-se ainda mais repulsiva simplesmente como minha vontade, é ainda mais desagradável do que a vontade dos outros. Devo abdicar de ser deus de minha própria máquina ou morrer de nojo… nojo de mim mesmo.
David Herbert Lawrence
Sensacional. E bela imagem, perfeita pro texto. Só é uma pena que a quantidade de pessoas que sequer considera o nojo de si mesmo (nesse sentido que ele fala) seja tão pequena.
Ainda não postei o curta, fiquei tentando dividir aqui esse tempo todo e não consegui. Pra postar no Youtube eu provavelmente teria que tirar o logo da Estácio do início do filme, não? Eu tava pensando em dividir em duas partes, tirar esse logo e os créditos finais (porque lá aparece o título, que ainda é provisório – sim, ainda falta coisa na finalização!), mas pelo jeito é melhor postar direto mesmo. Vou tentar no Dailymotion, acho que nunca nem tinha ouvido falar nesse! E não tava querendo mostrar pra muita gente por enquanto, posso mandar o link pro seu email ou posto aqui mesmo e você apaga o link?
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Putz, e eu ansiosa para postar o seu filme aqui no blog e apresentar o seu cinema ao mundo! Assim você me decepciona. Posta o link aqui que depois eu apago, acho que nem lembro mais as senhas dos meus e-mails… Mas quando você ficar satisfeito com o filme, me avise. É por isso que o Woody Allen nunca assiste seus filmes, nunca fica satisfeito.
Não sei se as pessoas não conseguem sentir nojo de si mesmas, talvez apenas finjam e se protejam melhor não pensando no assunto. Lembro quando um amigo meu se matou e a quantidade de pessoas que vinham me dizer como não entendia esse tipo de atitude, enquanto eu na minha completa ignorância desse outro tipo de vida não compreendo o não compreender a respeito do ato suicida. É bem estranho, imagino que seja um tipo de sentimento de quando eu tinha uns 5 anos, quando tudo ainda era bonito e tranquilo.
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Ah, mas eu falo mais no sentido geral, como quando ele fala da vontade humana em geral. Ele parece se incluir ali só por auto-crítica ou algo assim, como se o que ele considerasse nojento mesmo fosse o fato de fazer parte da conspiração toda.
E consegui a conta de diretor no Youtube. É moleza, só mudar lá nas configurações. Agora é ficar tentando postar, porque sempre demora anos aqui, ainda mais num vídeo de mais de 10 minutos.
E eu to mostrando o filme aos poucos mais por curiosidade, na verdade (não minha, mas pra quem eu acho que poderia ter alguma). É que o filme foi feito em condições tão ridículas (não só filmagem e finalização, que tiveram tantos problemas por causa da faculdade que parece até piada, mas também por ter sido feito sem vontade de ser mais que um exercício) que qualquer coisa bacana que poderia ter fica ou ficou soterrada no meio das ruins. Mas se assistindo aí não achar que parece tão “exercício de faculdade”, posta aí sem problemas.
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Ué, mas não era disso que eu também estava falando? hehehe Eu pensei que fosse. Aliás, não tenho a mínima idéia do que você pensou que eu disse.
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adorei o texto. hoje é exatamente assim que eu me sinto.
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Voltei a estudar Lawrence com todo meu afinco e amor, é um dos melhores do século XX, sem dúvida.
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