Filmes bacanas de cada ano que o cinema viveu: 1968

1- O Bandido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla)Cara, que absurdo! Eu era muito nova quando assisti pela primeira vez este filme e nem sabia exatamente o que estava vendo, mas totalmente enfeitiçada e adorando. Depois de algumas revisões na fase adulta, a conclusão a que se chega é de fato ser um dos meus filmes favoritos e só não é o melhor filme daquele ano porque aquelas desgraças que atendem pelo nome de Stanley e Sergio passaram uma rasteira no Rogério. Sem mencionar que sou uma tremenda paga-pau do Paulo Villaça que sempre me lembrou o Christopher Lee.

2- Perigo: Diabolik (Mario Bava) Diabolik (1968) - John Phillip Law & Marisa MellVai tomar no cu quem não gosta de Diabolik. Bava levou todo o colorido de seus giallos berrantes nessa adaptação do fumetti tão boa quanto o seriado do Batman dos anos 60. Tem Michel Piccoli, Terry-Thomas, John Phillip Law e, principalmente, tem a mulher mais milimetricamente perfeita em que já coloquei os olhos, seja no cinema, seja em qualquer parte do mundo: Marisa Mell em todo seu esplendor e glória, quem mais? O problema eterno é começar a cantar uma determinada música dos Beastie Boys toda vez que lembro de Diabolik.

3- O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby, Roman Polanski)Rosemary's Baby - MIA FARROW & JOHN CASSAVETESEsse é um daqueles filmes que fazem por merecer seu culto mainstream, é bom de verdade e não porque nos querem fazem acreditar que seja. Um dos primeiros filmes verdadeiramente assustadores que vi e tem John Cassavetes – o ator – para a alegria das senhoiras apreciadoras do mesmo como eu.

4- Death Laid an Egg (La morte ha fatto l’uovo, Giulio Questi)Death Laid an Egg - Gina Lollobrigida & Ewa AulinNão é só o título que é estranho, o filme também é, assim como todos os poucos filmes do Questi, esse cara nunca falhou em me deixar boquiaberta, nem tenho idéia do porquê deixou de fazer filmes, mas assistir este e o seu filme do ano anterior me faz lamentar sinceramente o fato de um cara tão criativo e ciente da arte e técnica de fazer cinema ter nos privado de tal talento. Só com La Morte ha Fatto l’uovo e Se Sei Vivo Spara posso afirmar que é um dos mais memoráveis cineastas italianos de sempre.

5- Delius – Song of Summer (Ken Russell)Delius - Song of Summer Um dos famigerados filmes de Ken Russell para a BBC que o tornaram objeto de culto, este em especial é da leva do Omnibus, mas ainda seguindo com sua singular e atmosférica visão sobre a vida dos compositores.

6- A Noiva Estava de Preto/Beijos Roubados (La Mariée était en Noir/Baisers Volés, François Truffaut)The Bride Wore BlackEm contrapartirda ao Beijos Roubados que faz parte da cultuada série Antoine Doinel, Truffaut fez A Noiva Estava de Preto, um dos seus filmes mais equivocadamente desprezados. Logo depois de suas reuniões constantes com o velho Hitch (e que rendeu aquele livro obrigatório), Truffaut, mais embasbacado do que nunca, se jogou em sua primeira adaptação do Cornel Woolrich de forma evidentemente idólatra para com Hitchcock. Jeanne Moreau é mãe de Beatrix Kiddo.

7- Crown – O Magnífico (The Thomas Crown Affair, Norman Jewison)Thomas Crown - FAYE DUNAWAY & STEVE MCQUEEN De moleque de sarjeta para o cume da elegância, é isso que quebra na imagem até então exclusivamente de “outsider sujinho” do McQueen. E estaria mentindo se não dissesse que sou mesmo fã daquela cena do xadrez, coisa que Jewison roubou do Lubitsch. Aquilo é tão Lubitsch, mas tão Lubitsch e o McQueen é tão Gary Cooper num filme do Lubitsch, que me pergunto se o Jewison não ficou pensando no lema do Billy Wilder só para filmá-la: O que o Lubitsch faria? Mas não, não bastava McQueen apenas em Thomas Crown, ele também teria que fazer Bullitt no mesmo ano! Aquele sem graça.

8- Bullitt (Peter Yates)BULLITTSeu sem graça!

9- Teorema (Pier Paolo Pasolini)Teorema - TERENCE STAMPTerence Stamp, seu outro sem graça!

10- Submarino Amarelo (The Beatles’ Yellow Submarine, George Dunning)YELLOW SUBMARINE - RINGO STARRÉ mesmo uma das minhas animações favoritas e um dos melhores filmes com bandas de rock. Ringo é amor.

Publicado por Adriana Scarpin

Bibliófila, ailurófila, cinéfila e anarcafeminista. Really. Podem me encontrar também aqui: https://linktr.ee/adrianascarpin

8 comentários em “Filmes bacanas de cada ano que o cinema viveu: 1968

  1. Só agora aluguei o DVD do Bandido, só tinha visto num VHS bem acabado. É quase sacanagem o Sganzerla falar nos extras que faria um segundo filme (e que seria divertido, diferente das bobagens que tavam sendo feitas), porque agora não tem mais jeito.

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  2. Quando vi “O Bebê de Rosemary” tive quase que dormir de luz acesa. E já tinha mais de 20 anos, viu? Medo da p…
    O filme é tão bem feito, não tem como não gostar, mesmo quem não curte terror admite a qualidade do danado.

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  3. Patricia! Não tira quem se mija nas calças de medo e dorme de luz acesa! hehehe Semana passada mesmo assisti um filme de terror e fiquei carregando o gato até para ir ao banheiro, tamanho “medinho” estava sentindo. Dormi de luz acesa, é claro!

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  4. vc fala tanto do bava que já coloquei na mula um pra baixar. o bandido foi uma descoberta pra mim, quase uma revelação. assim como o pasolini, teorema foi o primeiro q vi, e tive a sorte de ver em película! rosemary meu primeiro polanski tb (ainda não vi o pianista), o cara não só criou um filme lendário como ajudou a tornar o prédio mais lendário ainda (o david, do vanilla sky morava lá), parece q agora não deixam filmar mais nada dentro do prédio, depois do bebe. conspiração total, os outros filmes, da chamada trilogia do quarto (ou apartamento) também são fabulosos, paranóia, delírio, realidade vs sonho. polanski é o cara.

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  5. Danger Diabolik: Muito bom, vi esse filme a muitos anos atras em meu clube, nem sabia que era baseado em história em quadrinho, mas muito interessante, pena que não foi lançado em DVD por aqui, tenho o original em VHS.

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