I’m going to the lighthouse to find out what the fuck is happening in this island.

Vamos contar uma historinha. Ando tão obcecada pelo Powell que essa semana fui ver o tal de Shutter Island não porque é um filme do Scorsese (outro obcecado) homenageando Mark Robson, mas sim porque poderia prestigiar a viúva do Powell. Mas daí eu vou lá e além de ver a aura do Bedlam e do Isle of the Dead pairando, há também um maluco pixando BLACK NARCISSUS por toda a tela. Aí o que você pensa quando a sua amiga enche a sua nova paixão de elogios? Você gosta ainda mais da sua amiga e da pessoa que por si só te faz revirar o estomâgo e em quem você pensa 24 horas por dia, não conseguindo se manter longe. Daqui a seis meses a paixão acaba, então eu ainda estarei tão feliz com os elogios dessa minha amiga, ou estarei decepcionada por ela ter sido tão reverente e não ter mostrado as coisas de forma contida e com mais pé no chão?

Publicado por Adriana Scarpin

Bibliófila, ailurófila, cinéfila e anarcafeminista. Really. Podem me encontrar também aqui: https://linktr.ee/adrianascarpin

5 comentários em “I’m going to the lighthouse to find out what the fuck is happening in this island.

  1. Ah, eu também. Passei os dois primeiros terços do filme com um sorrizão de orelha a orelha – só depois enquanto pensava voltando para casa o filme foi diminuindo dentro de mim (especialmente pelo desenrolar final). Isso é motivo suficiente para ter que vê-lo de novo, mas também a tempo de matar mais as saudades do Ruffalo (estupendo! estupendo! a outra metade do elenco de Zodiac também ajuda) que ficou tempos longe do cinema. Ah, também é o melhor trabalho da carreira do DiCaprio.

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  2. Prima, pois eu gostei de tudinho. Confesso que a parte com a minha xará Clarkson me desanimou um pouquinho, mas o final, finalzinho mesmo eu amei de novo.

    Eu tenho vontade de ficar olhando pro Ruffalo assim, encarando mesmo, por horas. :)

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    1. Todo aquele twist me decepcionou (que na verdade nem era tão twist assim já que no começo do filme quando a paciente diz que o psiquiatra era bonitão toda a situação fica mais do que clara e já se sabe o que tá rolando), sou bem partidária da filosofia do Hitchcock quanto a manter o suspense: entregar tudo ao espectador e deixar o caminho livre para a real tensão do filme, Shutter poderia ser quase que uma obra prima se a opção narrativa fosse semelhante a Vertigo onde Hitch na metade do filme já mostra toda a verdade sobre Madelaine & Judy e a nossa tensão fica a cargo de seguir o protagonista do filme que ainda não sabe o que já sabemos e ver o que vai acontecer quando ele descobrir a verdade. Mas tudo que que havia de bom em Shutter foi desperdiçado trocando aquela atmosfera de cinema de horror dos anos 40 e 50 por essa mania do cinema contemporâneo, o tal do twist. Twist para mim é só vodca, Shyamalan ou Clube da Luta. Aliás, essa adaptação era um projeto do Fincher (outro fã de Powell/Pressbuger vide o Benjamin Button) a ser protagonizado pelo Brad Pitt.
      Em todo caso, apreciei muito o curto diálogo final entre o Ruffalo e o DiCaprio, aliás há vários diálogos fodões por alí, aquele do Jeep entre o Ted Levine e o DiCaprio é absolutamente memorável, a cena na saleta entre o Ruffalo, o Von Sydow (ah, eu te manjo rapá!), o Kingsley e o Dicaprio também é interessantíssima. Ah, e é o filme do Scorsese que mais gosto desde Casino e lá se vão 15 anos.

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  3. Sabe que naquela entrada no portão acho que a trilha sonora foi excessivamente retumbante? E acho que mais do que um exercício estilístico, a coisa funciona mais ainda como um exercício psicológico sobre a mente do protagonista, o que não exclui uma coisa da outra – como foi Clube da Luta! Mas este se passava na contemporaneidade e faz todo sentido, enquanto A Ilha do Medo começa como cinema da época de ouro e termina contemporâneo, ao contrário, por exemplo do que aconteceu com o Basterds, que mescla cinema de todas as épocas, mas que jamais deixa de ter um clima contemporâneo.

    PS. Te mandei um e-mail! Espero que esteja tudo certo! Qualquer dúvida ou mal entendido, é só falar!

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