Notei que há muita gente por aí rebaixando a capacidade dramática da Little Veda, quando na verdade não há absolutamente nada de errado na sua atuação. Veda tem todos os sintomas possíveis de psicopatia (e isso fica claro tanto no livro do Cain, quanto na versão para o cinema e nesta minissérie) e nos três primeiros episódios do Todd Haynes a personagem ainda está na fase adolescente e por consequência ainda não tem domínio da sua capacidade manipulativa e os sintomas não estão inteiramente estabilizados, ou seja, toda vez que ela acaba tentando demonstrar algum tipo de sentimento este soa fake e descamba para uma sobreatuação exatamente como é necessário para a personagem, o que não quer dizer que a atriz mirim seja ruim, muito pelo contrário, ou ela é mesmo excelente ao buscar essa falta de equilíbrio e destreza, ou então a intenção de Todd Haynes foi justamente a de escalar alguém que quer atuar mas que ainda não tem o controle, deixando ainda mais claro esses sintomas ainda em desenvolvimento. Agora, quando a Evan Rachel Wood entrar com a personagem na fase adulta, aí já vai saber o que estará fazendo e não é porque é uma melhor atriz e sim porque a personagem pede como uma psicopata consumada.
Uma cena brilhante do capítulo três deixa tudo isso bem claro, quando o professor de piano diz que ela ainda não tem a técnica, mas que possui algo na sua cabeça a respeito da música, quando de pronto ela sai num desses seus rompantes e diz supostamente chorando: He said I had something in my head! – o professor estava falando sobre a música, mas a pequena Veda e Todd Haynes, não.
Um comentário em “Em defesa da vadiazinha”