24 Frames: Moulin Rouge! (Baz Luhrmann, 2001)

The Australian director Baz Luhrmann has an idea to reinvent or reinvigorate the musical. He means the American musical, such as Metro-Goldwyn-Mayer made in the forties and fifties. But he brings many different provocations to his cause: the films of Michael Powell and Emeric Pressburger, films like The Red Shoes, where music and drama were so blended that no one can pick them apart; he is affected by Lola Montes, the Max Ophüls film that showed the famous courtesan reliving the tableaux of her life as a circus entertainment; he is thinking of One from the Heart, that Francis Coppola “failure” where Las Vegas was rebuilt in studios, and songs filled the characters’ heads as much as dialogue – rather in the way of those Jacques Demy musicals, Les Parapluies de Cherbourg and Les Demoiselles de Rochefort, where all the chat is sung. And he recalls the experience of watching an Indian musical being made – a piece of Bollywood – where songs, dance, drama, romance, tragedy, and farce were as pleasingly intertwined as limbs in pictures from Indian erotic art.

Nicole Kidman – David Thomson

Moulin Rouge não é tão Bollywood quanto Thomson dá a entender, tudo é perfeitamente coerente com o visual dos espetáculos desenhados por Léon Bakst na Paris do início do século XX. Vale lembrar também que aqui há muito das óperas que Baz Luhrmann costumava montar, em especial a sua versão de La Bohéme repaginada para algo mais muderno no início dos anos 90 e isso é condizente com o que Powell & Pressburger fizeram com Die Fledermaus em Oh… Rosalinda!! com exceção que neste não havia trilha sonora de qualquer expoente pop dos anos 50 – isso seria mais a cara de Ken Russell, mas mesmo as montagens de ópera comandadas por este que já pude conferir nunca tiveram esse tom de mudernidade kitsch que vi no palco do Luhrmann, especialmente se compararmos suas respectivas montagens de La Bohème, aquela do tio Ken feita em 84 é um desbunde em grandiosidade e originalidade.

Nota: French Cancan do Renoir, em termos de cores e música, também é um bom ponto de associação, mais do que seria o Moulin Rouge do Huston.

Publicado por Adriana Scarpin

Bibliófila, ailurófila, cinéfila e anarcafeminista. Really. Podem me encontrar também aqui: https://linktr.ee/adrianascarpin

Deixe um comentário

Faça o login usando um destes métodos para comentar:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: