Faço gozo de algumas coisas que têm sido ressuscitadas este ano como Sex and the City e Indiana Jones, pois voltaram à vida sem perdas realmente consideráveis, mas me pergunto se foi para o bem ou o mal mais um regurgitar ectoplásmico de Arquivo X. Digo mais um porque o fim da sétima temporada marcou uma reviravolta que desencadeou praticamente um novo seriado e com a saída definitiva de Duchovny ao final da oitava fez-se com que a nona e última se tornasse verdadeiramente estéril, mesmo com clima de Exterminador do Futuro dando direito a Robert Patrick e tudo.
É tudo muito sure-fine-whatever neste filme. Só para se ter uma idéia, o último Indiana Jones era cem vezes mais Arquivo X do que este I Want to Believe e quando algo que o influenciou se torna mais próximo do que o próprio influenciado é porque alguma coisa não deu certo. Foi dito que este segundo longa veio a público para conquistar as novas gerações – Foda-se as novas gerações! – o que eles tinham que fazer era agradar aos velhos fãs e não parecer que o filme está com crise de meia idade e largou a esposa para sair com garotas de 20 anos, mesmo porque essas tais novas gerações estão encharcadas em Lost e não vai ser um filme convencional equivalente aos mais medíocres episódios que os farão descobrir o seriado propriamente dito. Para os antigos fãs o que sobra são as escassas piadinhas infames de Foxy, os lápis grudados no teto, as sementes de girassol, a beleza interminável de Scully e a careca do Skinner.
Manja aquelas oscilações espaciais e temporais que existem no universo das HQs? Pois é, deu-se a entender que este filme se passa numa realidade alternativa onde fatos de extrema importância foram completamento ignorados. Como assim o Mulder perdoado? Os alienígenas não estavam todos no alto escalão dos orgãos públicos, cadê os ets que mandavam no FBI? Cadê os super-soldados? Cadê a Reyes e o Doggett? Foxy ficou quietinho durante 6 anos? O que aconteceu com tudo e todos? E o William que seria o John Connor dos alienígenas, perdeu mesmo os poderes? Era isso que os antigos fãs estavam procurando e não padres pedófilos com uma “reciclagem Eli Roth” de The Post-Modern Prometheus.
Foi aí que aconteceu a tal tentativa de reaproximação da aura do cinema B dos anos 50/60 que tanto deu certo no seriado, com uma versão gay de O Cérebro que não Queria Morrer (The Brain That Wouldn’t Die), a premissa seria boa se a climatização não estivesse toda errada e enfadonha de se acompanhar. Até a sempre excelente Gillian Anderson acabou me assustando com sua nova Scully um tanto quanto descontrolada, logo ela que sempre manteve a fleuma, só para uma visualização mais precisa, Dana aqui estava mais tensa do que quando estava grávida e o Foxy foi abduzido e morto. Nem mesmo o relacionamento de Foxy e Dana nos cativa mais, agora eles tem um relacionamento desgastado pelo tempo e pela falta de objetivo comum, mas ao menos Foxy apareceu barbudo e desgrenhado condizendo mais com sua personalidade do que aquele visual mauricinho-FBI-tão-anos-90 das antigas. É tudo muito deprimente e indica que tudo está velho e cansado, inclusive o público. Quero sim um outro longa, mas quero a invasão do planeta terra de 22 de dezembro de 2012, onde muita coisa tem que ser explicada já que ainda há muita vida para o Foxy se redimir, mesmo porque um homem que chegou a ficar 3 meses enterrado vivo (!!!) pode tudo e segundo a antológica participação de Peter Boyle na terceira temporada, Foxy vai acabar morrendo mesmo é de asfixiofilia, a popular asfixia erótica do sadomasoquismo. Ou será que ele errou de seriado e isso acontecerá mesmo é com o Hank Moody?
Nota: Tem uma coisa que gostei deveras, o momento em que Fox e Dana adentram a sede do FBI e se deparam com a foto do Bush Jr ainda no corredor enquanto são tocados alguns acordes da música tema do seriado e aquele ar de cumplicidade sorrateira é visulaizado em suas faces. Além de deixar claro a posição política dos envolvidos, isso também é uma “sutil” alusão à tomada do poder por alienígenas, indicando que Bush Jr é um deles e tem ajudado na colonização. Repassando a cronologia do seriado é possível ver que ascenção dos super-soldados em cargos de alto escalão coincidiu com a entrada de Bush Jr na presidência, assim como os primeiros dos mesmos foram “testados” na Guerra do Golfo durante o mandato do Bush Sr. É, gosto mesmo de conspirações, hehehe
dri, não consegui enviar nada para dharmabumico. como eu sou meio lento, vc tem que ser mais literal comigo, hehe. manda um email para frednovais@yahoo.com.br e eu respondo com o roteiro anexado.
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hehehe na verdade ando pensando em escrever um dicionário adriânico de expressões idiomáticas, não é um privilégio só seu a lacuna de comunicação comigo. É impressionante a quantidade de pessoas que têm dificuldade em entender o que digo, hehehe, presumo então que o problema seja meu mesmo, fique sossegado.
Tô mandando… não o dicionário, o e-mail.
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concordo plenamente com você…
não gostei muito do filme…achei bem meia-boca!!!
sou grande fã de arquivo x, tanto que compro todas as temporadas originais (faltam a oitava e nona), e fiz uma tatuagem muito louca do X e do Alien jogador de baseball…ainda falta colocar um disco voador e escrever the truth is out there!!!
enfim, acho que mereciamos algo muito melhor!!!
gosta de david lynch?!?
http://sobredesign.wordpress.com/2008/08/27/lynch/
até mais
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