Filmes favoritos vistos/revistos em 2021

Dos 975 filmes que assisti em 2021 fiz minha lista de 100 filmes mais queridos dentre os que vi/revi, os 30 primeiros gosto mais (nota 10), o restante gosto de forma parecida (entre 9 e 9,5).

  1. Para Minha Irmã (À ma soeur!, Catherine Breillat, 2001)
  2. Um Corpo que Cai (Vertigo, Alfred Hitchcock, 1958)
  3. Tramas do Entardecer (Meshes of the Afternoon, Maya Deren, 1943)
  4. Cidadão Kane (Citizen Kane, Orson Welles, 1941)
  5. O Ano Passado em Marienbad (L’année dernière à Marienbad, Alain Resnais, 1961)
  6. Twin Peaks: Piloto (Twin Peaks: Northwest Passage, David Lynch, 1989)
  7. Agatha (Agatha et les lectures illimitées, Marguerite Duras, 1981)
  8. Morte em Veneza (Morte a Venezia, Luchino Visconti, 1971)
  9. Limite (Mário Peixoto, 1931)
  10. O Cavalo de Turim (A torinói ló, Béla Tarr/Ágnes Hranitzky, 2011)
  11. Sacco e Vanzetti (Giuliano Montaldo, 1971)
  12. Pasqualino Sete Belezas (Pasqualino Settebellezze, Lina Wermuller, 1975)
  13. Chá e Simpatia (Tea and Sympathy, Vincente Minnelli, 1956)
  14. Letters Home (Chantal Akerman, 1986)
  15. Noite e Neblina (Nuit et brouillard, Alain Resnais, 1956)
  16. O País do Silêncio e da Escuridão (Land des Schweigens und der Dunkelheit, Werner Herzog, 1971)
  17. Dia dos Idiotas (Tag der Idioten, Werner Schroeter, 1981)
  18. Comment ça va? (Jean-Luc Godard/Anne-Marie Miéville, 1976)
  19. Eles não usam black-tie (Leon Hirszman, 1981)
  20. Y’a qu’à pas baiser! (Carole Roussopoulos, 1971)
  21. Ataque de Cães (The Power of the Dog, Jane Campion, 2021)
  22. A Noite em que o Sol Brilhou (Watermelon Man, Melvin van Peebles, 1970)
  23. Crazy Horse (Frederick Wiseman, 2011)
  24. Popsicles (Gloria Camiruaga, 1984)
  25. O Criado (The Servant, Joseph Losey, 1963)
  26. Yojimbo (用心棒, Akira Kurosawa, 1961)
  27. Szindbád (Zoltán Huszárik, 1971)
  28. Velvet Goldmine (Todd Haynes, 1998)
  29. A Montanha dos 7 Abutres (Ace in the Hole, Billy Wilder, 1951)
  30. Os Desajustados (The Misfits, John Huston, 1961)
  31. Interlúdio (Notorious, Alfred Hitchcock, 1946)
  32. O Estranho que Nós Amamos (The Beguiled, Don Siegel, 1971)
  33. Millennium Actress (千年女優, Satoshi Kon, 2001)
  34. Crash (David Cronenberg, 1996)
  35. A negra de… (La noire de… Ousmane Sembene, 1966)
  36. Não é homossexual que é perverso, mas a situação em que ele vive (Nicht der Homosexuelle ist pervers, sondern die Situation, in der er lebt, Rosa von Praunheim, 1971)
  37. Son nom de Venise dans Calcutta désert (Marguerite Duras, 1976)
  38. Malina (Werner Schroeter, 1991)
  39. Filhas do Pó (Daughters of the Dust, Julie Dash, 1991)
  40. O Quarto do Filho (La stanza del figlio, Nanni Moretti, 2001)
  41. Filme Demência (Carlos Reichenbach, 1986)
  42. Scum Manifesto (Delphine Seyrig/Carole Roussopoulos, 1976)
  43. Throw Away Your Books, Rally in the Streets (書を捨てよ町へ出よう, Shūji Terayama, 1971)
  44. Um Método Perigoso (A Dangerous Method, David Cronenberg, 2011)
  45. Goldflocken (Werner Schroeter, 1976)
  46. As Irmãs de Gion (祇園の姉妹,Kenji Mizoguchi, 1936)
  47. Os Anos de Chumbo (Die bleierne Zeit, Margarethe von Trotta, 1981)
  48. Memoria (Apichatpong Weerasethakul, 2021)
  49. Segredos e Mentiras (Secrets & Lies, Mike Leigh, 1996)
  50. A Sala de Música (জলসাঘর, Satyajit Ray, 1958)
  51. Kanal (Andrzej Wajda, 1957)
  52. Few of Us (Mūsų nedaug, Šarūnas Bartas, 1996)
  53. Era uma Vez na Anatolia (Bir Zamanlar Anadolu’da, Nuri Bilge Ceylan, 2011)
  54. Amor Bruxo (El amor brujo, Carlos Saura, 1986)
  55. O Jogador (The Card Counter, Paul Schrader, 2021)
  56. À Flor do Mar (João César Monteiro, 1986)
  57. Breve Travessia (Brève traversée, Catherine Breillat, 2001)
  58. O Teatro das Ilusões (陽炎座, Seijun Suzuki, 1981)
  59. Mammame (Raúl Ruiz, 1986)
  60. Rosalie (Walerian Borowczyk, 1966)
  61. A Lira do Delirio (Walter Lima Jr., 1978)
  62. Sudoeste (Eduardo Nunes, 2011)
  63. Amélia (Ana Carolina, 2000)
  64. Jardim de Guerra (Neville d’Almeida, 1968)
  65. Confissões entre Atrizes (告白的女優論, Yoshishige Yoshida, 1971)
  66. Coração de Cristal (Herz aus Glas, Werner Herzog, 1976)
  67. Edward II (Derek Jarman, 1991)
  68. Conspiradores do Prazer (Spiklenci slasti, Jan Švankmajer, 1996)
  69. A Mulher do Aviador (La Femme de l’aviateur, Éric Rohmer, 1981)
  70. Aopção ou As Rosas da Estrada (Ozualdo Ribeiro Candeias, 1981)
  71. Nuit et Jour (Chantal Akerman, 1991)
  72. Veredas (João César Monteiro, 1978)
  73. Serras da Desordem (Andrea Tonacci, 2006)
  74. Mãos Vazias (Luiz Carlos Lacerda, 1971)
  75. Cerimônias (儀式, Nagisa Ōshima, 1971)
  76. Vivendo na Corda Bamba (Blue Collar, Paul Schrader, 1978)
  77.   Antiporno (アンチポルノ, Sion Sono, 2016)
  78. Milagre em Milão (Miracolo a Milano, Vittorio De Sica, 1951)
  79. A Esposa Solitária (Charulata, Satyajit Ray, 1964)
  80. I… como Ícaro (I… comme Icare, Henry Verneuil, 1979)
  81. Fata Morgana (Werner Herzog, 1971)
  82. At Land (Maya Deren, 1944)
  83. Parque da Punição (Punishment Park, Peter Watkins, 1971)
  84. The Murder of Fred Hampton (Howard Alk, 1971)
  85. À Procura da Fome (আকালের সন্ধানে, Mrinal Sem, 1981)
  86. O Garoto da Bicicleta (Le Gamin au vélo (Irmãos Dardenne, 2011)
  87. Shura (修羅, Toshio Matsumoto, 1971)
  88. Ensaio de Orquestra (Prova d’orchestra, Federico Fellini, 1978)
  89. Copacabana Me Engana (Antonio Carlos da Fontoura, 1969)
  90. O Fundo do Coração (One from the Heart, Francis Ford Coppola, 1981)
  91. Carrie (Brian De Palma, 1976)
  92. Van Gogh (Maurice Pialat, 1991)
  93. Cidadão Klein (Mr. Klein, Joseph Losey, 1976)
  94. Através de um Espelho (Såsom i en spegel, Ingmar Bergman, 1961)
  95. Um Gosto de Mel (A Taste of Honey, Tony Richardson, 1961)
  96. Precauções Diante de Uma Prostituta Santa (Warnung vor einer heiligen Nutte, Rainer Werner Fassbinder, 1971)
  97. Sinfonia em Paris (An American in Paris, Vincente Minnelli, 1951)
  98. A Mosca (The Fly, David Cronenberg, 1986)
  99. Fuga de Nova York (Escape from New York, John Carpenter, 1981)
  100. Dr. Jekyll e as Mulheres (Docteur Jekyll et les femmes, Walerian Borowczyk, 1981)

24 Frames: Sangue e Areia (Blood and Sand, Rouben Mamoulian, 1941)

Até saí do meu jejum de blogueirinha para fazer um 24 frames dessa mistura de Velazquez e El Greco que o Mamoulian cometeu e que está completando 80 anos essa semana.

Favoritos vistos/revistos em 2020

Dos 1050 filmes que assisti em 2020 fiz minha lista de filmes mais queridos dentro os que vi/revi, os vinte primeiros eu gosto mais (dei nota 10), os 80 restantes gosto de forma parecida (entre 9 e 9,5).

1- Guerra e Paz (Война и мир, Sergey Bondarchuk, 1966)

2- O Raio Verde (Le rayon vert, Éric Rohmer, 1986)

3- O Crematório (Spalovač mrtvol, Juraj Herz, 1969)

4- Zorns Lemma (Hollis Frampton, 1970)

5- Prelúdio para Matar (Profondo Rosso, Dario Argento, 1975)

6- O Enigma do Outro Mundo (The Thing, John Carpenter, 1982)

7- Ao Caminhar Entrevi Lampejos de Beleza (As I Was Moving Ahead Occasionally I Saw Brief Glimpses of Beauty, Jonas Mekas, 2000)

8- Investigação sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita (Indagine su un cittadino al di sopra di ogni sospetto, Elio Petri, 1970)

9- Gosto de Cereja (طعم گيلاس , Abbas Kiarostami, 1997)

10- A Pista (La Jetée, Chris Marker, 1962)

11- Minha Noite com Maud (Ma nuit chez Maud, Éric Rohmer, 1969)

12- Mulher das Dunas (砂の女, Hiroshi Teshigahara, 1964)

13- O Círculo (‘دایره’, Jafar Panahi, 2000)

14- Sangue Negro (There Will Be Blood, Paul Thomas Anderson, 2007)

15- Seder-Masochism (Nina Paley, 2018)

16- Cinéma, de notre temps: Une journée d’Andrei Arsenevitch (Chris Marker, 2000)

17- Paris Is Burning (Jennie Livingston, 1990)

18- M*A*S*H (Robert Altman, 1970)

19- Carlos (Olivier Assayas, 2010)

20- Ran (乱, Akira Kurosawa, 1985)

21- Um Olhar a Cada Dia (Το βλέμμα του Οδυσσέα, Theo Angelopoulos, 1995)

22- O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, Robert Wiene)

23- Plataforma (站台, Jia Zhangke, 2000)

24- A Comédia de Deus (João César Monteiro, 1995)

25- Alice nas Cidades (Alice in den Städten, Win Wenders, 1974)

26- A Hora da Estrela (Suzana Amaral, 1985)

27- As Coisas Simples da Vida (Yi Yi, Edward Yang, 2000)

28- Os Esquecidos (Los olvidados, Luis Buñuel, 1950)

29- Berlin Alexanderplatz (Rainer Werner Fassbinder, 1980)

30- Multiple Maniacs (John Waters, 1970)

31- Nouvelle Vague (Jean-Luc Godard, 1990)

32- A Harmonia Werckmeister (Werckmeister harmóniák, Béla Tarr/Ágnes Hranitzky, 2000)

33- Nostalgia de la luz (Patricio Guzmán, 2010)

34- Jejum de Amor (His Girl Friday, Howard Hawks, 1940)

35- Hilda Hilst Pede Contato (Gabriela Greeb, 2018)

36- Primavera, Verão, Outono, Inverno… e Primavera (봄 여름 가을 겨울 그리고 봄, Kim Ki-duk, 2003)

37- Gozo/Gozar (Luiz Rosemberg Filho, 2016)

38- O Direito do Mais Forte é a Liberdade (Faustrecht der Freiheit, Rainer Werner Fassbinder, 1975)

39- Sessão Especial de Justiça (Section spéciale, Costa-Gavras, 1975)

40- Um Ano Mais (Another Year, Mike Leigh, 2010)

41- The Falls (Peter Greenaway, 1980)

42- Quando o Coração Floresce (Summertime, David Lean, 1955)

43- A Pomba Branca (Holubice, František Vláčil, 1960)

44- O Espantalho (The Scarecrow, Edward Cline/Buster Keaton, 1920)

45- O Caçador de Dotes (A New Leaf, Elaine May, 1971)

46- ‘Non’, ou a Vã Glória de Mandar (Manoel de Oliveira, 1990)

47- Orelha (Ucho, Karel Kachyňa, 1970)

48- Rio Vermelho (Red River, Howard Hawks, 1948)

49- Número 2 (Numéro deux, Jean-Luc Godard, 1975)

50- Voar é com os Pássaros (Brewster McCloud, Robert Altman, 1970)

51- A Vida é Doce (Life Is Sweet, Mike Leigh, 1990)

52- Os Sete Samurais (七人の侍, Akira Kurosawa, 1954)

53- Possessor (Brandon Cronenberg, 2020)

54- O Vento do Leste (Le Vent d’est, Grupo Dziga Vertov, 1970)

55- Mistérios de Lisboa (Raul Ruiz, 2010)

56- A Caverna dos Sonhos Esquecidos (Cave of Forgotten Dreams, Werner Herzog, 2010)

57- The Day I Became a Woman (روزی که زن شدم, Marziyeh Meshkiny, 2000)

58- O Ato Final (Jerzy Skolimowski, 1970)

59- O Reflexo do Mal (The Reflecting Skin, Philip Ridley, 1990)

60- Técnica de um Delator (Le Doulos, Jean-Pierre Melville, 1962)

61- A Estratégia da Aranha (Strategia del ragno, Bernardo Bertolucci, 1970)

62- A Maldição do Demônio (La maschera del demonio, Mario Bava, 1960)

63- A Prostituta (Whore, Ken Russell, 1991)

64- No Quarto da Vanda (Pedro Costa, 2000)

65- Esta Vida Transiente (無常, Akio Jissoji, 1970)

66- Alma no Olho (Zózimo Bulbul, 1973)

67- A Essência da Paixão (The House of Mirth, Terence Davies, 2000)

68- Filhos da Esperança (Children of Men, Alfonso Cuarón, 2006)

69- A Noite do Espantalho (Sérgio Ricardo, 1974)

70- Mal dos Trópicos (สัตว์ประหลาด, Apichatpong Weerasethakul, 2004)

71- O Deserto dos Tártaros (Il deserto dei Tartari, Valerio Zurlini, 1976)

72- Dia de Outono (秋日和, Yasujirō Ozu, 1960)

73- Um Anjo na Minha Mesa (An Angel at My Table, Jane Campion, 1990)

74- Arrebato (Iván Zulueta, 1980)

75- Cópia Fiel (Copie conforme, Abbas Kiarostami, 2010)

76- Poesia (시, Lee Chang-dong, 2010)

77- As Aventuras do Príncipe Achmed (Die Abenteuer des Prinzen Achmed, Carl Koch/Lotte Reiniger, 1926)

78- A Classe Operária Vai ao Paraíso (La classe operaia va in paradiso, Elio Petri, 1971)

79- The Gold Diggers (Sally Potter, 1983)

80- The Cloud-Capped Star (মেঘে ঢাকা তারা, Ritwik Ghatak, 1960)

81- Paris no Verão (Haut bas fragile, Jacques Rivette, 1995)

82- A Honra Perdida de Katharina Blum (Volker Schlöndorff/Margarethe von Trotta, 1975)

83- Fúria (Fury, Fritz Lang, 1936)

84- Amor à Tarde (L’amour l’après-midi, Éric Rohmer, 1972)

85- O Condutor (Dyrygent, Andrzej Wajda, 1980)

86- Ensaio de um Crime (Ensayo de un crimen, Luis Buñuel, 1955)

87- A Propriedade não é Mais um Roubo (La proprietà non è più un furto, Elio Petri, 1973)

88- Quando a Mulher Sobe a Escada (女が階段を上る時, Mikio Naruse, 1960)

89- A Garota da Fábrica de Fósforos (Tulitikkutehtaan tyttö, Aki Kaurismäki, 1990)

90- Battle Royale (バトル・ロワイアル, Kinji Fukasaku, 2000)

91- O Despertar da Besta (José Mojica Marins, 1970)

92- O Assassino Mora no 21 (L’assassin habite… au 21, Henri-Georges Clouzot, 1942)

93- O Indomado (Hud, Martin Ritt, 1963)

94- Psicopata Americano (American Psycho, Mary Harron, 2000)

95- A Barriga do Arquiteto (The Belly of an Architect, Peter Greenaway, 1987)

96- Two (দুই, Satyajit Ray, 1965)

97- Waterloo (Sergey Bondarchuk, 1970)

98- Redenção Sangrenta (The Breaking Point, Michael Curtiz, 1950)

99- Simplemente Jenny (Helena Solberg, 1977)

100- Corpo e Alma (Body and Soul, Robert Rossen, 1947)

Em honra do dia da Consciência Negra: KBELA (Yasmin Thayná, 2015)

Em honra do Roger Waters que está mais vivo do que nunca

Não tem como pensar que o Parker teve certa influência do Ken Russell na feitura de The Wall, acho que foi claramente uma influência, especialmente na obsessão anti-fascista. Num tom meio psicanalítico vemos o herói do filme de criança amplamente podada na infância literalmente se metamorfosear naquilo que buscava resistir: um autoritário reacionário, o que Freud chamaria de retorno do recalcado bem exemplificado em Psicologia das Massas e Análise do Eu.
Ah, antes que me esqueça, não sei se vocês tiveram o desprazer de ver um print de um neo-fascista brasileiro tentando explicar para o Roger Waters que The Wall é uma crítica à doutrinação de esquerda. Então eu vou deixar isso aqui, pois explica por si:

O Conformista (Il Conformista, Bernardo Bertolucci, 1970)


O que fica para gente crianças? Quando o regime fascista acabar podemos sair clamando que o mesmo é de esquerda e que não tínhamos nada a ver com isso.

The serpent’s egg


“It’s like a serpent’s egg. Through the thin membranes, you can clearly discern the already perfect reptile.”

He’s Alive


“Where will he go next? This phantom from another time, this resurrected ghost of a previous nightmare. Chicago? Los Angeles? Miami, Florida? Vincennes, Indiana? Syracuse, New York? Anyplace, everyplace, where there’s hate, where there’s prejudice, where there’s bigotry. He’s alive. He’s alive so long as these evils exist. Remember that when he comes to your town. Remember it when you hear his voice speaking out through others. Remember it when you hear a name called, a minority attacked, any blind, unreasoning assault on a people or any human being. He’s alive because, through these things, we keep him alive.”

Centenário de Robert Aldrich

Aldrich foi desses diretores altamente qualificados que se deu bem em diversos gêneros, portanto vai aqui um top-dúzia:

1- A Morte num Beijo (Kiss me deadly, 1955)

2- O que aconteceu com baby Jane? (What Ever Happened to Baby Jane? 1962)

3- Com a maldade na alma (Hush…Hush, Sweet Charlotte, 1964)

4- Morte sem glória (Attack! 1956)

5- A Vingança de Ulzana (Ulzana’s Raid, 1972)

6- Triângulo Feminio (The Killing of Sister George, 1968)

7- Folhas Mortas (Autumn leaves, 1956)

8- Os doze condenados (The dirty dozen, 1967)

9- O imperador do norte (Emperor of the North Pole, 1973)

10- Assim nascem os heróis (Too late the hero, 1970)

11- Vera Cruz (1954)

12- O último por-do-sol (The Last Sunset, 1961)

Para o ranking dos demais filmes do Aldrich acompanhados de suas respectivas resenhas, eis minha lista no letterboxd.

Centenário de Ingmar Bergman

Esse mês todo estou repassando a filmografia do magnificente diretor, o que fatalmente alterará meu top-dúzia dele, mas hoje, na ocasião de seu centésimo aniversário, o top é o seguinte:

1- Quando Duas Mulheres Pecam (Persona, 1966)

2- Cenas de um Casamento (Scener ur ett äktenskap, 1973)

3- Gritos e Sussurros (Viskningar och rop, 1972)

4- A Hora do Lobo (Vargtimmen, 1968)

5- O Sétimo Selo (Det sjunde inseglet, 1957)

6- Morangos Silvestres (Smultronstället, 1957)

7- O Silêncio (Tystnaden, 1963)

8- Sorrisos de Uma Noite de Amor (Sommarnattens leende, 1955)

9- Vergonha (Skammen, 1968)

10- O Rosto (Ansiktet, 1958)

11- A Paixão de Ana (En passion, 1969)

12- Mônica e o Desejo (Sommaren med Monika, 1953)

Para acompanhar meu andamento de revisão de filmografia sugiro minha lista no letterboxd

Centenário de André Bazin

Selecionei alguns livros de Bazin que foram lançados no Brasil e que ainda podem ser encontrados seja em livrarias ou na Estante Virtual e Mercado Livre.
Também recomendo este lúcido texto a respeito de Bazin que saiu no último domingo: Entenda por que André Bazin foi crucial para o cinema.
Além disso fiz uma lista sobre a minha saga ao mundo de Bazin no Letterboxd.

Eu não tenho essa edição da UBU, mas como é do espólio da Cosac Naify em sua organização e tradução (que é a edição que possuo), posso garantir o esmero.

Esse é outro que tem uma edição impecável da Autêntica, nele está incluso o Jean Renoir que não sai por aqui desde os anos 70.

Esse ainda dá para encontrar nos sebos e baratíssimo.

Outro que dá para encontrar nos sebos por um preço mínimo.

Esse só em sebos e por um preço exorbitante, é o único que não possuo.

Centenário de William Holden


Bom, desnecessário apresentações, uma vez que o Holden abria o seu sorrisão ou dava uma tiradinha irônica, não havia escapatória para o seu charme infinito.
Nunca um top me foi tão sofrido, entre outros profissionais de cinema sempre me foi fácil escolher entre um e outro filme, aqui eu realmente não sabia o que ficava ou que sairia fora e principalmente qual seria o número 1, como raios escolher entre Sunset Boulevard, Network e The Wild Bunch? Alguns ótimos trabalhos com diretores idem tiveram que ser dispensados como George Cukor, Otto Preminger e John Ford – demais filmes assistidos aqui no letterboxd. Top dúzia, então:

1- Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, Billy Wilder, 1950)

2- Rede de Intrigas (Network, Sidney Lumet, 1976)

3- Meu Ódio será tua Herança (The Wild Bunch, Sam Peckinpah, 1969)

4- O Inferno Nº 17 (Stalag 17, Billy Wilder, 1953)

5- A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai, David Lean, 1957)

6- Sabrina (Billy Wilder, 1954)

7- Interlúdio de Amor (Breezy, Clint Eastwood, 1973)

8- S.O.B. Nos Bastidores de Hollywood (S.O.B. Blake Edwards, 1981)

9- Tributo de Sangue (The Turning Point, William Dieterle, 1952)

10- Férias de Amor (Picnic, Joshua Logan, 1956)

11- Conflito de Duas Almas (Golden Boy, Rouben Mamoulian, 1939)

12- Passado Tenebroso (The Dark Past, Rudolph Maté, 1948)

John Mahoney (1940 – 2018)

Para os loucos por séries ele é o cara de Frasier, mas para os cinéfilos raiz ele sempre será lembrado pelos inesquecíveis papéis coadjuvantes nos mais variados tipos de filmes nos últimos 40 anos, vai meu top-dúzia:

1- Barton Fink – Delírios de Hollywood (Irmãos Coen, 1991)
2- Na Roda da Fortuna (The Hudsucker Proxy, Irmãos Coen, 1994)
3- O Gigante de Ferro (The Iron Giant, Brad Bird, 1999)
4- Digam o Que Quiserem (Say Anything… Cameron Crowe, 1989)
5- Formiguinhaz (Antz, Eric Darnell/Tim Johnson, 1998)
6- Na Linha de Fogo (In the Line of Fire, Wolfgang Petersen, 1993)
7- Feitiço da Lua (Moonstruck, Norman Jewison, 1987)
8- Busca Frenética (Frantic, Roman Polanski, 1988)
9- Sob Suspeita (Suspect, Peter Yates, 1987)
10- Caindo na Real (Reality Bites, Ben Stiller, 1994)
11- As Duas Faces de Um Crime (Primal Fear, Gregory Hoblit, 1996)
12- Nosso Tipo de Mulher (She’s the One, Edward Burns, 1996)

Centenário de Yuzo Kawashima

Kawashima é a transição entre os grandes mestres surgidos no cinema mudo e a nouvelle vague japonesa, morreu muito cedo aos 45 anos sem não antes deixar algumas grandes obras, além de tudo é considerado por Shohei Imamura como seu grande professor. Top-5, então:

1- The Graceful Brute (Shitoyakana kedamono, 1962): Esse filme é para os que reclamam de adaptações teatrais, apesar de não ser uma ele usa um espaço bem pequeno para desenrolar a ação e o quão inventivo Kawashima é!!!Todos os ângulos possíveis são utilizados, é quase um anti-Mizoguchi nessa questão. Em termos narrativos é o que mais se aproxima do filme mais famoso do diretor, Bakumatsu taiyoden, um único espaço que está envolto nas tramóias dos mais variados pilantras.

2- A Lenda do Sol dos Últimos Dias do Xogunato (Bakumatsu taiyôden, 1957): Talvez esse filme não seja tão famoso quanto deveria, é um amálgama bem perspicaz de filme de samurai, comédia, filme histórico e romance picaresco e o personagem principal certamente influenciou a concepção de Yojimbo. Se misturassem Akira Kurosawa e Robert Altman certaria daria essa mistura como filme.

3- The Temple of Wild Geese (Gan no tera, 1962): Pode parecer uma expressão estranha mas a melhor a ser usada para definir este filme é “noir budista” porque é exatamente isso que ele é, Kawashima aqui constrói uma atmosfera de tensão sexual fortíssima, especialmente avinda daqueles cujo mérito em teoria é refrear as paixões, como é usual do diretor o mesmo faz uso deveras perspicaz das imagens através de brilhantes angulações até então pouco usuais.

4- Suzaki Paradise Red Light (Suzaki Paradaisu: Akashingô, 1956): Esse é um tipo de filme que eu diria ter influenciado a Nouvelle Vague Japonesa, parece um drama nos moldes clássicos à primeira vista, mas tem toda uma pegada dinâmica, especialmente quanto ao final.

5- The Balloon (Fûsen, 1956): Aqui Aratama e Mihashi trocam de personalidade entre si em relação a suas personagens em Akashingo do mesmo diretor e ano, aqui há um viés de classe que age no caráter das personagens, as classes mais altas são desenvolvidas através de manipulação, desdém e frieza, enquanto as mais baixas são alvo da sordidez das supracitadas e isso fica claro quando Mori deixa sua classe abastada para viver com simplicidade, pois eles e sua filha se sentem outsiders em meio à toda aquela sordidez. E adivinhem o nome da personagem do Mori? Haruki Murakami! Rá!

Plus: Destino de Gueixa (Yoru no nagare, Mikio Naruse/Yuzo Kawashima): Por ser uma parceria com Naruse, resolvi deixar esse à parte. Esse filme é bem peculiar porque realmente mescla os estilos dos diretores que o dirigiram, do Naruse traz todo o olhar mais contido tecnicamente e de sabedoria em relação às personagens, enquanto do Kawashima vem o olhar bem humorado, mais dinâmico e em constante diálogo com o ocidente que são recorrentes em seus filmes. Eu particularmente nunca vi uma co-direção que exemplificasse tão bem dois olhares distintos.

Centenário de Ida Lupino

Não só uma diretora magnífica, às vezes esquecemos que ela também era uma grande atriz, qualidade que fica ainda mais evidente nos filmes noir que protagonizou. Se eu tivesse escolhido um filme de cada diretor daria para entrar Don Siegel e Robert Aldrich nesse top, mas infelizmente não poderia deixar de fora os Walshs e Negulescos que protagonizou que estão sem dúvida entre seus melhores trabalhos. Top-dúzia como atriz, então:

1- Cinzas que Queiman (On Dangerous Ground, Nicholas Ray/Ida Lupino, 1951)

2- Seu Último Refúgio (High Sierra, Raoul Walsh, 1941)

3- Meu Único Amor (The Man I Love, Raoul Walsh, 1947)

4- No Silêncio de uma Cidade (While the City Sleeps, Fritz Lang, 1956)

5- Dez Segundos de Perigo (Junior Bonner, Sam Peckinpah, 1972)

6- O Vale do Destino (Deep Valley, Jean Negulesco, 1947)

7- Dentro da Noite (They Drive by Night, Raoul Walsh, 1940)

8- A Taverna do Caminho (Road House, Jean Negulesco, 1948)

9- Mulheres Condenadas (Women’s Prison, Lewis Seiler, 1955)

10- Mistério de uma Mulher (Ladies in Retirement, Charles Vidor, 1941)

11- Entre o Amor e a Morte (Woman in Hiding, Michael Gordon, 1950)

12- Brumas (Moontide, Archie Mayo/Fritz Lang, 1942)

Como não poderia faltar, haverá um top de diretora que não vou me restringir ao top-5 porque tendo assistido todos os filmes para cinema da Lupino, pois um ou dois filmes a mais não tem problema e deixarei de fora a co-direção em Cinzas que Queimam porque já está no top de atriz. Top, então:

1- O Mundo é Culpado (Outrage, 1950)

2- Not Wanted (Elmer Clifton/ Ida Lupino, 1949)

3- Quem Ama não Teme (Never Fear, 1949)

4- Laços de Sangue (Hard, Fast and Beautiful, 1951)

5- O Mundo Odeia-me (The Hitch-Hiker, 1953)

6- O Bígamo (The Bigamist, 1953)

7- Anjos Rebeldes (The Trouble with Angels, 1966)

Lista completa de filmes assistido no Letterboxd.

Centenário de Joey Bishop

Top-5, então:

1- A Morte tem seu Preço (The Naked and the Dead, Raoul Walsh, 1958)

2- Onze Homens e um Segredo (Ocean’s Eleven, Lewis Milestone, 1960)

3- Os Três Sargentos (Sergeants 3, John Sturges, 1962)

4- O Casamento de Betsy (Betsy’s Wedding, Alan Alda, 1990)

5- Maridos em Férias (A Guide for the Married Man, Gene Kelly, 1967)

Centenário de Michiyo Kogure

Musa de Kenji Mizoguchi por cinco filmes na última fase do diretor e de quebra ainda trabalhou com Ozu, Kurosawa e Naruse, Kogure pode não ser uma lenda no ocidente, mas também não pode passar desapercebida. Ser com Ozu e Kurosawa mostrou toda sua acidez, enquanto Naruse a mostrou como uma espécie de Capitu japonesa, com Mizoguchi recai toda sua delicadeza e espírito sofredor, em cada papel está irreconhecível, um dom que perpassa todos os grandes atores japoneses.

Top, então:

1- Rua da Vergonha (Akasen chitai, Kenji Mizoguchi, 1956): Com Mizoguchi é uma porrada atrás da outra e aqui em seu último filme não é diferente, mais uma vez retratando mulheres envolvidas numa teia de sofrimento erigida sob a égide do patriarcado japonês é mais um filme de dilacerar o coração vindo do diretor e realmente muito crítico da condição social e psicológica que a prostituição traz à essas mulheres. Mais uma obra prima de Kenji se é que dá para chamar algum filme dele de não-obra-prima.

2- O Retrato da Senhora Yuki (Yuki fujin ezu, Kenji Mizoguchi, 1950): Normalmente as personagens trágicas que Mizoguchi dá a Michiyo Kogure nos despertam grande piedade e tristeza, mas essa é diferente despertando-nos grande raiva, não da personagem mas da teia de relacionamento abusivo que está envolta.
O espectador se sente como os empregados de Yuki que não conseguem suportar a patroa nessa situação, o que me remete a minha experiência de trabalhar como psicóloga numa Delegacia de Defesa da Mulher, trabalho este que me exauria deveras porque mulheres em relacionamentos abusivos precisam muito mais do que apoio externo e sim toda uma reeducação interna para se libertarem.
Tal como acontecia nas minhas sessões na DDM, passei grande parte do filme querendo cortar o pinto daquele marido filho da puta, coisa que geralmente o Mizoguchi não desperta, já que seus personagens masculinos, embora fracos ou escrotos, não clamam por sentimentos mais fortes de nossa parte além do desprezo.

3- Os Músicos de Gion (Gion bayashi, Kenji Mizoguchi, 1953): Prepare o lencinho se você quiser assistir a esse filme, aqui mais uma vez Mizoguchi se embrenha na realidade das mulheres vítimas do patriarcado, mais especificamente na realidade nada glamourosa das gueishas. Esse é o primeiro filme da trilogia das geishas que o diretor fez nos anos 50 e a sua dura realidade vai se agravando conforme avança a trilogia, o que não faz de Gion Bayashi menos dilacerador de corações.

4- O Sabor do Chá Verde Sobre o Arroz (Ochazuke no aji, Yasujiro Ozu, 1952): Quando Godard clama que prefere a histoiricidade do cinema ao invés de uma filosofia argumentativa como a que Foucault faz para analisar o contexto histórico das coisas é em Ozu que mais penso.
Ozu é tão perspicaz na sua análise da sociedade japonesa de meados do século XX que duvido encortrarmos um historiador melhor nesse sentido, os filmes dele parecem tão simples mas ao mesmo tempo é tão rico em significados e este não é diferente e nos últimos vinte minutos residem uma das mais belas sequencias da história do cinema que só confirmam a maestria de Ozu.

5- O Anjo Embriagado (Yoidore tenshi, Akira Kurosawa, 1948): Quando Kurosawa fez seu centenário em 2010 passei por um binge da obra do cineasta,mas por alguma razão de que não me lembro, não assisti a esse filme. Tal fato por si já é um pecado porque não é apenas o início da parceria com Mifune (o Shimura já havia trabalhado várias vezes com Akira), como bem um dos seus filmes que desfilam mais dos histéricos que Kurosawa tanto gostava, aqui delineados pela peculiar relação médico-paciente que Shimura e Mifune representam e da qual damos boas risadas apensar da questão trágica da coisa.

6- O Samurai Dominante 2: Morte no templo Ichijoji (Zoku Miyamoto Musashi: Ichijôji no kettô, Hiroshi Inagaki, 1955): O único problema desse filme é essa penca de mulher rastejando atrás do Musashi, tudo bem que o Mifune é muito gato, mas isso é irritante, no mais é um belo capítulo da trilogia Musashi.

7- Kenji Mizoguchi: A Vida de um Diretor de Cinema (Aru Eiga-Kantoku No Shogai, Kaneto Shindo, 1975): Documentário que contempla com maestria a carreira e a vida pessoal de Mizoguchi, não dá para ser mais interessante que isso, são duas horas e meia que você nem vê passar de puro deleite.

8- A Nova Saga do Clã Taira (Shin Heike monogatari, Kenji Mizoguchi, 1955): É muito estranho ver um Mizoguchi colorido, mas não menos deslumbrante, especialmente porque ele transforma uma história épica num drama intimista. A Kogure está diferente do usual em que aparece em outros filmes de Mizoguchi, aqui a cortesã que interpreta é ácida, longe das mulheres sofredoras que interpreta para o diretor.

9- Okuni to Gohei (Mikio Naruse, 1952): Apesar de ser uma história interessantíssima e cujo final me deu ares de Dom Casmurro – o que pode explicar sua origem literária em Tanizaki , é um Naruse menor, o que não quer dizer que não seja um grande filme.

Dorothy Malone (1925 – 2018)

Top-dúzia em honra dessa imponente e exuberante atriz:

1- Palavras ao Vento (Written on the Wind, Douglas Sirk, 1956)

2- à Beira do Abismo (The Big Sleep, Howard Hawks, 1946)

3- Qual Será Nosso Amanhã (Battle Cry, Raoul Walsh, 1955)

4- Almas Maculadas (The Tarnished Angels, Douglas Sirk, 1957)

5- Minha Vontade é Lei (Warlock, Edward Dmytryk, 1959)

6- Instinto Selvagem (Basic Instinct, Paul Verhoeven, 1992)

7- Morte no Inverno (Winter Kills, William Richert, 1979)

8- O Último Por-do-Sol (The Last Sunset, Robert Aldrich, 1961)

9- Dinheiro Maldito (Private Hell 36, Don Siegel, 1954)

10- Artistas e Modelos (Artists and Models, Frank Tashlin, 1955)

11- Morrendo de Medo (Scared Stiff, George Marshall, 1953)

12- A Última Viagem (The Last Voyage, Andrew L. Stone, 1960)

24 Frames: The Great White Silence (Herbert G. Ponting, 1924)

2018 é o ano de centenário do crítico francês André Bazin, por isso estou repassando os filmes que ele cita em Qu’est-ce que le cinéma? e eventualmente farei vários 24 frames de filmes que assistirei pelo caminho. Os filmes vistos e revistos durante o ano podem ser todos encontrados nessa minha lista no Letterboxd.

Org (Fernando Birri, 1979)

Em honra do cineasta argentino Fernando Birri (1925 – 2017)

Nunca pensei assistir um dia o Terence Hill protagonizando um filme experimental. Como o próprio Birri indica, o filme dele é para ser visto como se fossem pranchas de Rorschach e a partir daí liberar a asssociação livre. Como quem amarra a narrativa exposta e fragmentada da associação livre é o terapeuta e para Lacan o primeiro passo nessa costura é achar o significante, este fica evidente que reside no espírito revolucionário dos anos 60, sempre reiterado no filme através de seu imaginário, o que se explica porque o filme começou a ser feito em 1967 e só foi terminada em 1978, tempo que Birri levou “desfazendo” tudo que filmou através de edição.